O cargo de Chief Human Resources Officer (CHRO) passou por uma transformação significativa nos últimos anos, consolidando-se como um papel-chave na estratégia corporativa. Uma pesquisa conduzida em 2024 pelos pesquisadores Nick Bloom e Mert Akan, de Stanford, com base em um banco de dados de mais de 20.000 CHROs, demonstra que essa evolução resultou em mudanças na forma como esses profissionais são recrutados, remunerados e posicionados nas empresas. 

O sucesso empresarial, em um mundo corporativo em constante evolução, depende cada vez mais da habilidade dos CHROs em antecipar tendências, implementar mudanças organizacionais e garantir que as pessoas continuem sendo o principal ativo estratégico das companhias. 

Os números reforçam essa transformação: há 30 anos, apenas 0,5% dos CHROs estavam entre os cinco executivos mais bem pagos de suas empresas. Hoje, esse número saltou para 13%, e a diferença salarial entre esses profissionais e os CEOs foi reduzida pela metade. Este crescimento demonstra a valorização da função e a relevância que a gestão de pessoas tem assumido no sucesso das organizações. 

CHROs assumem diferentes papéis 

O estudo aponta que empresas que promovem executivos de negócios para a função de CHRO tendem a evoluir mais rapidamente.O cargo ultrapassa a tradicional gestão de pessoas, abrangendo agora a transformação organizacional e inovação empresarial. 

A centralidade das questões humanas nos desafios de negócios é evidente. A escassez de talentos, o impacto da automação e da inteligência artificial, a necessidade de requalificação contínua e as novas demandas dos trabalhadores por flexibilidade e bem-estar posicionam a gestão de pessoas como espinha dorsal das estratégias corporativas. 

O papel do CHRO expandiu-se para incluir a transformação organizacional, o design da cultura corporativa, o desenvolvimento de talentos estratégicos e a influência direta no crescimento da empresa. Atualmente, 40% dos CEOs afirmam desejar transformar o modelo operacional de suas companhias, e o CHRO está liderando essa mudança. 

Necessidade de novas habilidades 

Com essa evolução, o perfil do CHRO tornou-se mais complexo e estratégico, indo muito além da tradicional administração de RH. Esses profissionais agora precisam: 

• Atuar como arquitetos organizacionais, estruturando hierarquias mais ágeis e eficientes; 
• Liderar mudanças em grande escala, como fusões, aquisições, reestruturações internas e transformação digital; 
• Desenvolver uma visão analítica sobre dados de talentos, utilizando inteligência artificial e análise preditiva para melhorar a gestão de pessoas; 
• Gerenciar múltiplas crises, desde pandemias até tensões sociais e desafios de diversidade e inclusão. 

Desta forma, é necessário dominar uma ampla gama de conhecimentos. Foram identificadas 94 grandes competências essenciais para o cargo, incluindo liderança em transformação digital, gestão de performance baseada em dados, cultura organizacional e engajamento, além de gestão de crises e reestruturações corporativas. 

O futuro do cargo passará por criar ambientes organizacionais onde inovação, produtividade e cultura corporativa estejam totalmente alinhadas aos objetivos estratégicos da empresa. 

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