Na realidade atual em que vivemos, um mundo BANI, isto é, frágil, não linear, incompreensível e ansioso (veja o artigo sobre o assunto clicando aqui), é impossível dissociar aprendizagem e trabalho. Aprender continuamente, e por toda a vida, é uma necessidade para lidar com esse cenário.
A aprendizagem permeia tão essencialmente nossa atuação, que o World Economic Forum (WEF) publicou em seu último relatório The Future of Jobs, em 2020, que uma das competências mais relevantes para os próximos anos é a aprendizagem ativa.
Ela é ativa porque simplesmente receber um conteúdo não significa aprender. O aprendizado se dá quando há ampliação de consciência, uma nova visão ou uma versão melhorada. Portanto, desenvolver melhores estratégias para aprender e protagonizar o aprendizado é a habilidade com maior demanda nas empresas brasileiras e a segunda no ranking mundial.
O relatório também trouxe outros dados muito significativos:
“Para os trabalhadores que devem permanecer em seus cargos, a parcela de habilidades fundamentais que mudarão nos próximos cinco anos é de 40%, e 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação, aprimoramento e reestruturação.” (The Future of Jobs Report, 2020, tradução livre)
“Em média, os empregadores esperam oferecer requalificação e upskilling para pouco mais de 70% de seus funcionários até 2025. No entanto, o engajamento dos funcionários nesses cursos está atrasado, com apenas 42% dos funcionários ocupando oportunidades de requalificação e upskilling apoiadas pelo empregador.” (The Future of Jobs Report, 2020, tradução livre)
Estima-se que o tempo mínimo de investimento necessário para esse upgrade da equipe é de 6 meses a 1 ano.
Apoiando o upskilling
Considerando essas informações, como podemos apoiar nosso time nesse upskilling tão necessário?
As recomendações do WEF para as empresas, são:
∙ Revisão das descrições de cargo;
∙ Criação de oportunidades de crescimento das habilidades;
∙ Adoção de novas práticas de aprendizagem e desenvolvimento, para que os indivíduos se apropriem de sua jornada de aprendizagem contínua.
Portanto, se torna cada dia mais importante ir além dos treinamentos e fornecer condições, estruturas que facilitem para que as pessoas possam criar comunidades de aprendizagem na empresa, como por exemplo, espaço reservado na agenda para troca de experiências e para buscar novas fontes de aprendizagem. Desse modo, o engajamento aumenta, sendo possível, inclusive, desenhar essas comunidades para atender demandas organizacionais mais específicas.
Sua empresa já aprende em comunidade
Na realidade, a aprendizagem já acontece de diversas maneiras dentro da organização. Cada área acaba criando seu próprio jeito de trocar experiências, ajudar uns aos outros, transmitir informações e técnicas, integrar novos membros, além de buscar upskilling, atualização e aprimoramento constante.
Porém, tudo isso ocorre informalmente e as tentativas formais, tradicionais de educação corporativa, têm se mostrado pouco efetivas, principalmente em relação ao protagonismo da aprendizagem.
Estimule seu time a ser uma comunidade de aprendizagem
Algumas ações podem incentivar a criação de comunidades de aprendizagem na sua empresa:
∙ Promova uma jornada de aprendizagem focada no aprender a aprender;
∙ Invista na ativação de embaixadores da comunidade;
∙ Ofereça um ambiente digital de aprendizagem que apoie o processo;
∙ Organize ou planeje as condições para que a aprendizagem ativa seja fácil, fluida e constante inserindo rituais no cotidiano de trabalho – semelhante aos Diálogos Diários sobre Segurança (DDS), por exemplo;
∙ Estimule a diversificação das fontes de aprendizado para contemplar além de conteúdo, também as experiências e relações com pessoas e redes;
∙ Mapeie interesses e necessidades em comum para promover pequenos grupos ou parceiros de investigação.
Não há dúvidas de que reinventar o T&D é uma demanda importante nas organizações e as comunidades são uma alternativa e uma tendência que vêm trazendo excelentes resultados.
Gostou? Fique de olho em nosso blog para conhecer mais dicas sobre comunidades de aprendizagem.
Kaptive-se!